Edition

2024

XXI

Index

Editorial Note

O ano de 2024 é, sob vários pontos de vista, um ano de transição para as Ciências Policiais no ISCPSI, e necessariamente também para o ICPOL e para a politeia – Revista Portuguesa de Ciências Policiais.
Desde logo, é um ano de comemoração dos 40 anos das Ciências Policiais em Portugal, tomando como marco para o seu arranque o ano (de 1984) que viu nascer a primeira cohort de oficiais de Polícia formados neste Instituto (então com a designação de Escola Superior de Polícia). Daí que em 2024 seja o limite temporal de um conjunto de iniciativas, com destaque para um longo Ciclo de Conferências realizado ao longo de meses, e iniciado ainda nos finais de 2022.
A publicação recente do ISCPSI, intitulada, precisamente, 40 anos das Ciências Policiais em Portugal (ISBN 978-972-8630-35-5) testemunha em larga medida uma participação alargada de docentes, investigadores, provenientes deste Instituto, mas também de fora dele, que aportaram o seu saber a este período de celebração. As celebrações, enquanto processos de ritualização, servem para sinalizar algo, funcionando como marcadores temporais, e proporcionam reflexões sobre o passado (trazer à lembrança), o presente (fazendo-se ponto de situação) e o futuro (prospetivando-se o que fazer), e é exatamente isso que tem estado a acontecer.
Por outro lado, em 2024 encerra-se um (primeiro) ciclo de financiamento público nacional à atividade de investigação protagonizada pelo Centro de Estudos (ICPOL), ciclo iniciado em 2020, após avaliação externa exigente, e da qual resultou uma classificação de Muito Bom, algo que se entendeu auspicioso para as Ciências Policiais. Também neste contexto, importa efetuar uma sistematização de resultados obtidos e submetê-la a nova avaliação pela FCT, o que acontece presentemente. Mas também aqui não basta perceber o caminho percorrido: há neste novo processo de avaliação uma exigência, a de se propor uma nova agenda de trabalho para 2025-2029, também ela a ser escrutinada pelos Avaliadores (e de cujo resultado depende o financiamento público nacional para os próximos cinco anos).
Mas há ainda a considerar o ciclo dos projetos europeus em que o ICPOL tem estado implicado (APPRAISE, IMPROVE, IMPRODOVA), ainda do Horizon 2020, que vai terminando, abrindo-se este ano, e nos próximos, perspetivas para se integrarem novos consórcios internacionais a olhar para o Horizonte Europa (até 2030), destinados à investigação científica.
Internamente, estes últimos meses têm permitido conhecer novas orientações estratégicas da Direção Nacional da PSP, e não se pode ignorar, nem menosprezar, o trabalho de investigação aplicada, que se entende que o ICPOL deve prosseguir, de modo a satisfazer necessidades de conhecimento da instituição, e em 2024 vários projetos têm esse desígnio (vindo de anos anteriores, ou agora iniciados).
Significa que não podemos descurar a fortíssima dinâmica que tem sido criada, e a Politeia, enquanto Revista Portuguesa de Ciências Policiais, não poderia estar arredada dessa dinâmica. Disso mesmo são testemunhos os títulos que compõem este Número e que são, uma vez mais, diferentes entre si pelas temáticas que abordam, pelos processos de investigação que evidenciam, trazendo-se novos Autores, novas abordagens.
Uma revista científica é isto mesmo: um ponto de encontro de ideias e de Autores. Cremos que foi esse desiderato que presidiu, ainda no século XVII, à criação da Philosophical Transactions de Londres, talvez a primeira revista científica da história. As revistas científicas são mais do que veículos de publicação: são instrumentos essenciais para garantir a integridade, a continuidade, a qualidade e o impacto social do conhecimento científico.
A disseminação do conhecimento; a validação e credibilidade (que a revisão por pares, anónima, favorece); a função de registo histórico; o estímulo à inovação (a publicação regular de novas ideias incentiva a inovação, estimulando investigadores a explorar novas hipóteses, metodologias e áreas de estudo); são algumas das funções que se reconhecem às revistas científicas e que queremos que a POLITEIA também as assuma.
A sua desmaterialização, através da disponibilização dos conteúdos editados no Repositório (em https://politeia-online.pt/) é, em nosso entender, um poderoso meio de reforçar os objetivos que foram traçados para a POLITEIA, e que prosseguimos persistentemente. Gostaríamos que esta Revista Portuguesa contribuísse para a construção de uma comunidade académica no domínio das Ciências Policiais, privilegiando a língua portuguesa, mas aberta também a outros idiomas.

Rui Marta
Subintendente da PSP. Doutor em Relações Internacionais, Geopolítica e Geoeconomia
Diretor, em Suplência, do ICPOL

Paulo Machado
Coordenador Científico do ICPOL. Doutor em Sociologia

Read the article

2024: A soma de todos os riscos geopolíticos

Key Words Estratégia Geopolítica Riscos emergentes Segurança Emerging risks Geopolitics Security Strategy Riesgos emergentes Seguridad

Este ensaio apresenta uma análise multidimensional sobre os denominadores principais que caracterizam o ano de 2024 como um período de especial perigosidade histórica. Focaliza-se em quatro áreas interrelacionadas de preocupação global: ameaças existenciais, ressurgência do risco nuclear, eventos ambientais extremos e ciber(in)segurança. Através de uma abordagem correlativa e interdisciplinar, a investigação almeja proporcionar uma compreensão integrada das várias faces do poliedro contemporâneo, tida como fundamental para a organização de respostas coordenadas e inovadoras para lidar com as instigações de um contexto geopolítico multipolarizado e em emulação. Neste contexto, a Polícia de Segurança Pública (PSP), enquanto ator central no sistema de Segurança Interna e membro da entente securitária europeia, mantém uma sentinela permanente e preparação estratégica, tática e operacional para enfrentar as ameaças emergentes, tanto internas como internacionais. O artigo sublinha a necessidade de uma análise e compreensão presciente do ambiente internacional, de molde a antecipar cenários e acelerar o aprestamento do policiamento relativamente às complexidades do panorama internacional e dos seus reflexos na Segurança Interna nacional e europeia.

This essay presents a multidimensional analysis of the main denominators that characterise the year 2024 as a period of special historical danger. It focuses on four interrelated areas of global concern: existential threats, the resurgence of nuclear risk, extreme environmental events and cyber(in)security. Through a correlative and interdisciplinary approach, the research aims to provide an integrated understanding of the various faces of the contemporary polyhedron, seen as fundamental for organising coordinated and innovative responses to deal with the instigations of a multipolarised and emulating geopolitical context. In this context, the Public Security Police (PSP), as a central actor in the Internal Security system and a member of the European security entente, maintains a permanent sentinel and strategic, tactical, and operational preparation to face emerging threats, both internal and international. The article emphasises the need for a careful analysis and understanding of the international environment, to anticipate scenarios and speed up policing’s preparation for the complexities of the international panorama and its repercussions on national and European internal security.

Este ensayo presenta un análisis multidimensional de los principales denominadores que caracterizan el año 2024 como un periodo de especial peligro histórico. Se centra en cuatro ámbitos interrelacionados de preocupación mundial: las amenazas existenciales, el resurgimiento del riesgo nuclear, los fenómenos medioambientales extremos y la ciberseguridad. A través de un enfoque correlativo e interdisciplinar, la investigación pretende aportar una comprensión integrada de las distintas caras del poliedro contemporáneo, considerada fundamental para organizar respuestas coordinadas e innovadoras que permitan hacer frente a las instigaciones de un contexto geopolítico multipolar y emulador. En este contexto, la Policía de Seguridad Pública (PSP), como actor central del sistema de Seguridad Interior y miembro de la entente europea de seguridad, mantiene un centinela permanente y una preparación estratégica, táctica y operativa para hacer frente a las amenazas emergentes, tanto internas como internacionales. El artículo enfatiza la necesidad de un cuidadoso análisis y comprensión del entorno internacional, con el fin de anticipar escenarios y agilizar la preparación policial ante las complejidades del panorama internacional y sus repercusiones en la seguridad interior nacional y europea.

Read the article

Para além da probabilidade: Interseção entre Risco e Perceção de Risco

Key Words Perceção de risco risco subjetivo risco objetivo teorias de risco Risk perception objective risk subjective risk risk theories Percepción del riesgo riesgo objetivo riesgo subjetivo teorías del riesgo

A perceção de risco desempenha um papel muito significativo em várias áreas, incluindo a segurança, gestão, saúde, ambiente, finanças, entre outras. Por este facto, apresentamos neste artigo uma visão geral da perceção de risco, explorando definições, teorias subjacentes, as quais oferecem um contributo interdisciplinar para percebermos algumas das suas implicações práticas.
A perceção de risco é moldada por uma variedade de fatores, e.g., características individuais, contexto social e cultural, cognição e emoção. Assim, perceber a perceção de risco é essencial para desenvolver estratégias eficazes de comunicação, prevenção e/ou intervenção, em diferentes contextos; envolver o individuo e a comunidade de forma mais eficaz nos esforços de prevenção e intervenção; identificar as áreas de maior preocupação e prioridade, direcionando recursos e esforços para onde são mais necessários e, ainda, mitigar comportamentos de risco.
Ao perceber como as pessoas percecionam os riscos e o que as motiva a agir, é possível planear estratégias mais eficazes que promovam mudanças positivas de comportamento, partindo da ideia de que a perceção pode sempre ser moldada em resposta a novas informações, experiências ou eventos.

Risk perception plays a significant role in several areas, including safety and security, management, health, environment, finances, among others. As such, in this article we present a general and comprehensive overview of risk perception, exploring definitions and underlying theories, which offer an interdisciplinary contribution to understanding some of its practical implications.
Risk perception is shaped by a variety of factors, e.g., individual characteristics, social and cultural context, cognition and emotion. Therefore, understanding risk perception is essential to develop effective communication, prevention and/or intervention strategies, in different contexts; involve the individual and the community more effectively in prevention and intervention efforts; identify areas of greatest concern and priority, directing resources and efforts to where they are most needed and also mitigating risk behaviors. By understanding how people perceive risks and what motivates them to act, it is possible to design more effective strategies that promote positive changes in behavior, based on the idea that perception can always be shaped in response to new information, experiences or events.

La percepción del riesgo juega un papel importante en varias áreas, incluidas la seguridad, la gestión, la salud, el medio ambiente, las finanzas, entre otras. Como tal, en este artículo presentamos una visión general de la percepción del riesgo, explorando definiciones y teorías subyacentes que ofrecen una contribución interdisciplinaria para comprender algunas de sus implicaciones prácticas.
La percepción del riesgo está determinada por una variedad de factores, por ejemplo, características individuales, contexto social y cultural, cognición y emoción. Por lo tanto, comprender la percepción es fundamental para desarrollar estrategias efectivas de comunicación, prevención y/o intervención, en diferentes contextos; involucrar más eficazmente al individuo y a la comunidad en los esfuerzos de prevención e intervención; identificar áreas de mayor preocupación y prioridad, dirigiendo recursos y esfuerzos hacia donde más se necesitan y también mitigando conductas de riesgo.
Al comprender cómo las personas perciben los riesgos y qué las motiva a actuar, es posible diseñar estrategias más efectivas que promuevan cambios positivos en el comportamiento, basándose en la idea de que la percepción siempre puede moldearse en respuesta a nueva información, experiencias o eventos.

Read the article

A influência da idade na aptidão física, no desempenho ocupacional e nos hábitos de exercício (atividade física) em policias de elite (Corpo de Intervenção)

Key Words Idade aptidão física atividade física desempenho ocupacional polícia Age physical fitness physical activity occupational performance Police Edad estado físico actividad física rendimiento laboral policía

A aptidão física e o desempenho ocupacional são requisitos cruciais para os policiais, especialmente aqueles que trabalham em unidades de elite. Como tal, a atividade física e os hábitos de exercício são fatores críticos na manutenção dos níveis de aptidão física. No entanto, o impacto da idade sobre estes fatores nos agentes policiais de elite portugueses do sexo masculino não é totalmente compreendido. Este estudo tem como objetivo investigar a influência da idade na aptidão física, no desempenho ocupacional e nos hábitos de exercício nesta população. Quarenta e dois agentes da polícia de elite do sexo masculino treinados em Portugal completaram um circuito cronometrado de ocupação específica, o On-Duty Task (ODT), e uma avaliação de aptidão física, que incluiu corridas de vaivém, teste T de agilidade, sessão ups, força de preensão manual, lançamento horizontal e vertical de bola medicinal de 3kg, flexibilidade e flexões. Adicionalmente, o nível de exercício físico foi avaliado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), e também foi registada a importância das características necessárias para a realização de tarefas ocupacionais, simuladas por meio da escala simplificada de Borg. Os policiais de elite (CI) foram estratificados em pontos de corte, mais jovens (= 38 anos; n = 20) e mais velhos (= 39 anos; n = 22) com base na média de idade da amostra. O teste t para amostras independentes foi utilizado para analisar as diferenças nas medidas de resultados entre os valores de corte dos agentes mais jovens e mais velhos.
Os policias de elite mais velhos demoraram mais 19.5% para completar o circuito ODT em comparação com policiais mais jovens (mais jovens: 210.0 s ± 26.7 vs. mais velhos: 251.6 ± 38.8 s; p = 0.001). Ambos os grupos relataram frequências semelhantes de atividade física vigorosa e apresentaram níveis cardiovasculares comparáveis (mais jovens: 50.78 ± 7.18 vs. mais velhos: 44.80 ± 6.92 ml.kg-1.min-1, p = 0.065) e níveis de força de preensão manual (FPM) (mais jovens: 54.74 ± 4.70 kg vs. 52.66 ± 10.67 kg; p = 0.391). No entanto, entre as duas faixas etárias, foram encontradas diferenças significativas, indicando que os oficiais mais jovens apresentaram uma aptidão física superior, na agilidade (10.83 ± 0.89 vs. 11.67 ± 0.98 s; p = 0.04), na força abdominal (número de repetições, 52.65 ± 4.86 vs. 43.5 ± 7.34); p = 0.01), na força de braços (número de flexões na barra, 15.3 ± 5.03 vs. 10.5 ± 3.87; p = 0.001) e na potência de braços (arremessar uma bola medicinal de 3kg, 6.29 ± 0.78 m vs. 5.46 ± 0.94 m; p = 0.002). Os policias em geral apresentavam algumas características de aptidão semelhantes, mas em termos de potência e agilidade, estas em relação à idade influenciaram negativamente o desempenho ocupacional.
Os resultados do estudo sugerem que ocorrem declínios relacionados com a idade na aptidão física e no desempenho ocupacional em agentes policiais masculinos de elite portugueses, apesar dos seus níveis semelhantes de atividade física e treino. Os profissionais responsáveis pela preparação e treino necessitam de estar conscientes, do potencial impacto negativo do envelhecimento, no desempenho físico e ajustar os programas de treino em conformidade. Mais pesquisas nesta área são necessárias para desenvolver estratégias eficazes para mitigar esses declínios relacionados à idade.

Physical fitness and occupational performance are crucial requirements for police officers, especially those in elite units [1,2,3,5]. As such, physical activity and exercise habits are critical factors in maintaining fitness levels. However, the impact of age on these factors in portuguese elite male police officers is not fully understood. This study aims to investigate the influence of age on physical fitness, occupational performance, and exercise habits in this population.
Forty-two trained male elite police officers in Portugal completed a timed occupational-specific circuit, the On-Duty Task (ODT) [4], and a physical fitness assessment, which included shuttle runs, agility T-test, sit-ups, handgrip strength, horizontal and vertical throwing of a 3kg medicine ball, flexibility, and pull-ups. Additionally, the level of physical exercise was assessed using the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), and the importance of characteristics necessary to carry out occupational tasks, simulated through the simplified Borg scale, was also recorded. Elite police officers (CI) were stratified into cut-offs, younger (= 38 years; n = 20) and older (= 39 years; n = 22) based on the sample mean age. Independent-sample t-test was used to analyze differences in outcome measures between the cutoff values of younger and older officers.
Older elite police officers took 19.5% longer to complete the ODT circuit compared to younger officers (younger: 210.0 s ± 26.7 vs. 251.6 ± 38.8 s; p = 0.001). Both groups reported similar frequencies of vigorous physical activity and showed comparable cardiovascular levels (younger: 50.78 ± 7.18 ml.kg-1.min-1 vs. older: 44.80 ± 6.92 ml.kg-1.min-1, p = 0.065) and handgrip strength (HGS) levels (younger: 54.74 ± 4.70 kg vs. 52.66 ± 10.67 kg; p = 0.391). However, significant differences were found between the two agegroups indicating that the younger officers had superior agility (10.83 ± 0.89 vs. 11.67 ±0.98 s; p = 0.04), abdominal strength (number of repetitions, 52.65 ± 4.86 vs. 43.5 ± 7.34;p = 0.01), arm strength (number of pull-ups, 15.3 ± 5.03 vs. 10.5 ± 3.87; p = 0.001), andarm power (throwing a 3kg medicine ball, 6.29 ± 0.78 m vs. 5.46 ± 0.94 m; p = 0.002). The police officers had some similar aptitude characteristics, but in terms of power and agility, these negatively influenced occupational performance.
The study results suggest that age-related declines in physical fitness and occupational performance occur in portuguese elite male police officers, despite their similar levels of physical activity and training. Law enforcement professionals need to be aware of the potential negative impact of aging on physical performance and adjust training programs accordingly. Further research in this area is necessary to develop effective strategies to mitigate these age-related declines.

La aptitud física y el rendimiento laboral son requisitos fundamentales para los agentes de policía, especialmente para aquellos que trabajan en unidades de élite. Por ello, la actividad física y los hábitos de ejercicio son factores críticos para mantener los niveles de aptitud física. Sin embargo, el impacto de la edad sobre estos factores en los agentes de policía de élite portugueses de sexo masculino no se comprende del todo. El objetivo de este estudio es investigar la influencia de la edad en la aptitud física, el rendimiento ocupacional y los hábitos de ejercicio en esta población. Cuarenta y dos agentes de policía de élite masculinos entrenados en Portugal completaron un circuito cronometrado de ocupación específica, la Tarea en Servicio (ODT), y una evaluación de la aptitud física, que incluyó carreras de ida y vuelta, prueba de agilidad T, sentadillas, fuerza de prensión manual, lanzamiento horizontal y vertical de una pelota medicinal de 3 kg, flexibilidad y flexiones. Además, se evaluó el nivel de ejercicio físico mediante el Cuestionario Internacional de Actividad Física (IPAQ) y se registró la importancia de las características necesarias para la realización de tareas ocupacionales, simuladas mediante la escala simplificada de Borg. Los policías de élite (CI) se estratificaron en puntos de corte, más jóvenes (= 38 años; n = 20) y mayores (= 39 años; n = 22) según la media de edad de la muestra. Se utilizó la prueba t para muestras independientes para analizar las diferencias en las medidas de los resultados entre los valores de corte de los agentes más jóvenes y los más mayores.
Los policías de élite de más edad tardaron un 19,5 % más en completar el circuito ODT en comparación con los policías más jóvenes (más jóvenes: 210,0 s ± 26,7 frente a más mayores: 251,6 ± 38,8 s; p = 0,001). Ambos grupos informaron frecuencias similares de actividad física vigorosa y presentaron niveles cardiovasculares comparables (más jóvenes: 50,78 ± 7,18 frente a mayores: 44,80 ± 6,92 ml.kg-1.min-1, p = 0,065) y niveles de fuerza de prensión manual (FPM) (más jóvenes: 54,74 ± 4,70 kg frente a 52,66 ± 10,67 kg; p = 0,391). Sin embargo, entre los dos grupos de edad se encontraron diferencias significativas, lo que indica que los oficiales más jóvenes presentaban una aptitud física superior en agilidad (10,83 ± 0,89 frente a 11,67 ± 0,98 s; p = 0,04), en fuerza abdominal (número de repeticiones, 52,65 ± 4,86 frente a 43,5 ± 7,34; p = 0,01), en fuerza de brazos (número de flexiones en la barra, 15,3 ± 5,03 frente a 10,5 ± 3,87; p = 0,001) y en la potencia de los brazos (lanzamiento de una pelota medicinal de 3 kg, 6,29 ± 0,78 m frente a 5,46 ± 0,94 m; p = 0,002). Los policías en general presentaban algunas características de aptitud similares, pero en términos de potencia y agilidad, estas, en relación con la edad, influyeron negativamente en el rendimiento ocupacional.
Los resultados del estudio sugieren que se producen declives relacionados con la edad en la aptitud física y el rendimiento ocupacional en agentes de policía masculinos de élite portugueses, a pesar de sus niveles similares de actividad física y entrenamiento. Los profesionales responsables de la preparación y el entrenamiento deben ser conscientes del impacto negativo que el envejecimiento puede tener en el rendimiento físico y ajustar los programas de entrenamiento en consecuencia. Se necesita más investigación en este ámbito para desarrollar estrategias eficaces que mitiguen estos declives relacionados con la edad.

Read the article

Conhecimentos de Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida do Polícia da PSP

Key Words Comando Formation Polícia de Segurança Pública Socorrismo Suporte Básico de Vida Basic Life Support Command First Aids Formation Soporte vital básico Mando Primeros auxilios Formación Policía de Seguridad Pública

Este estudo tem como objetivo avaliar se a formação prévia, sexo, idade, categoria profissional, tempo de serviço na PSP ou Comando afetam significativamente a autoavaliação e a avaliação efetiva dos conhecimentos de primeiros socorros (SOS) e suporte básico de vida (SBV) dos polícias.
Trata-se de um estudo transversal, em que participaram 1561 polícias (margem de erro de ±3.14%, para um IC99%). Foi aplicado um questionário online que contemplava: (i) caracterização dos participantes (sexo; idade; categoria profissional; tempo de serviço; Comando); (ii) questões de autoavaliação; e (iii) questões de avaliação dos conhecimentos de SOS e SBV.
Observou-se que (i) 38.8% referem não ter formação em SOS e SBV; (ii) o efeito da formação na autoavaliação é elevado (η2p = 0.246); (iii) o Comando onde os participantes exercem funções apresentou um efeito médio (η2p = 0.057) sobre a autoavaliação; (iv) o tempo de serviço apresentou um efeito médio sobre a avaliação de conhecimentos (η2p = 0.060); e (v) o modelo construído (R2a = 0.105) permitiu identificar a autoavaliação, sexo, idade, tempo de serviço e formação, como preditores significativos da avaliação de conhecimentos.
Pode concluir-se que (i) os polícias com formação prévia têm maior confiança nas suas próprias capacidade de socorrismo, embora os polícias com formação não sejam necessariamente mais capazes; e (ii) o reduzido poder preditivo do modelo construído, enfatiza a necessidade de aprofundar o estudo dos atributos (ou construtos) que melhor expliquem os conhecimentos dos polícias no âmbito do SOS e SBV.

This study aims to assess the effect of previous training, gender, age, professional category, years of service in PSP, or Command (territorial area) on the self-assessment and effective assessment of police officers’ knowledge of first aid (SOS) and basic life support (BLS).
This is a cross-sectional study, in which 1561 police officers participated (margin of error ±3.14%, for a CI99%). An online questionnaire was applied which included: (i) characterization of the participants (gender; age; professional category; length of service; command); (ii) self-assessment questions; and (iii) questions to evaluate the knowledge of SOS and BLS.
It was observed that (i) 38.8% report having no training in SOS and BLS; (ii) the effect of training on self-assessment is high (η2p = 0.246); (iii) the Command where the participants perform duties showed a medium effect (η2p = 0. 057) on self-assessment; (iv) length of service had a medium effect on knowledge assessment (η2p = 0.060); and (v) the model built (R2a = 0.105) allowed the identification of self-assessment, gender, age, length of service, and training as significant predictors of knowledge assessment.
It can be concluded that (i) trained police officers have greater confidence in their own first aid skills, although trained police officers are not necessarily more capable; and (ii) the low predictive power of the constructed model emphasizes the need to further study the attributes (or constructs) that best explain police officers’ knowledge in SOS and BLS.

Este estudio tiene como objetivo evaluar si la formación previa, el sexo, la edad, la categoría profesional y el tiempo de servicio en la PSP o en el Comando afectan significativamente a la autoevaluación y a la evaluación efectiva de los conocimientos de primeros auxilios (SOS) y soporte vital básico (SBV) de los policías.
Se trata de un estudio transversal en el que participaron 1561 policías (margen de error de ±3,14 %, para un IC99 %). Se aplicó un cuestionario en línea que incluía: (i) caracterización de los participantes (sexo, edad, categoría profesional, antigüedad en el servicio, comando); (ii)preguntas de autoevaluación; y (iii) preguntas de evaluación de los conocimientos deSOS y SBV.
Se observó que (i) el 38,8 % afirma no tener formación en SOS y SBV; (ii) el efecto de laformación en la autoevaluación es elevado (η2p = 0,246); (iii) el comando en el que losparticipantes ejercen sus funciones presentó un efecto medio (η2p = 0,057) sobre laautoevaluación; (iv) el tiempo de servicio presentó un efecto medio sobre la evaluación delos conocimientos (η2p = 0,060); y (v) el modelo construido (R2a = 0,105) permitióidentificar la autoevaluación, el sexo, la edad, el tiempo de servicio y la formación comopredictores significativos de la evaluación de los conocimientos.
Se puede concluir que (i) los policías con formación previa tienen más confianza en suspropias capacidades de socorrismo, aunque los policías con formación no sonnecesariamente más capaces; y (ii) el reducido poder predictivo del modelo construidoenfatiza la necesidad de profundizar en el estudio de los atributos (o constructos) que mejor explican los conocimientos de los policías en el ámbito del SOS y el SBV.

Read the article

Ciência Policial – novíssimo saber

Key Words Ciência Ciência Policial polícia Science Police Science Police Policía Ciencia Ciencia policial

A ciência guia a polícia em prol da civilidade. Se a polícia tem dignidade constitucional, também a tem academicamente. Usualmente vista como objeto, a polícia é também sujeito de ciência – a nascente Ciência Policial. Por ser novíssima no universo científico, a Ciência Policial é uma ciência em construção. E para tudo há um tempo….

Nowadays science guides the police toward civility. If the police have constitutional dignity, they also have it academically. Usually seen as an object, the police is also a subject of science – the nascent Police Science. Because it is brand new in the scientific universe, Police Science is a science under construction. And for everything there is a time….

La ciencia guía a la policía en prol de la civilidad. Si la policía tiene dignidad constitucional, también la tiene académicamente. Normalmente vista como un objeto, la policía es también sujeto de ciencia: la naciente Ciencia Policial. Al ser muy nueva en el universo científico, la Ciencia Policial es una ciencia en construcción. Y todo tiene su momento…

Read the article

Recensão crítica de “40 Anos de Ciências Policiais em Portugal”.

Key Words Ciências policiais Police ICPOL police sciences Police Portugal

O livro 40 anos de Ciências Policiais em Portugal é uma compilação de textos e artigos1 que emergem como uma valiosa contribuição ao entendimento e reflexão sobre o desenvolvimento das ciências policiais no contexto português, ao longo das últimas quatro décadas. Ao adentrar as páginas deste livro, somos guiados por um olhar crítico que não apenas relata os eventos, mas também desvenda as complexidades inerentes ao campo das ciências policiais, através de uma estrutura organizada que reflete a amplitude e a profundidade do seu escopo temático.

Read the article

Recensão crítica de Conferências de Coimbra. Segurança Interna: os Municípios e a Proteção do Espaço Público.

Key Words Conferências de Coimbra Segurança Interna: Municípios Espaço Público Coimbra conferences internal security municipalities public space

Em boa hora a coordenação geral do Gabinete da Secretaria de Estado da Administração Interna, em colaboração com a Direção de Serviços de Documentação e Relações Públicas da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna [DSDRP/SGMAI] encetaram esforços para publicar as intervenções de distintos oradores nas Conferências de Coimbra dedicadas à temática Segurança Interna: os Municípios e a Proteção do Espaço Público, em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra e ministradas no Convento de São Francisco, entre 18 e 19 de Outubro de 2022. Esta obra colectiva, que congrega essas alocuções públicas, afigura-se, certamente, uma referência ímpar para a compreensão securitária atual. Neste sentido, após o amplo sucesso das Conferências de Coimbra, deu-se à estampa a atual obra, a qual ora recenseamos. Assente numa edição impressa com elevada qualidade gráfica, compreende um total de 224 páginas e uma documentação fotográfica profusa, reunindo-se as diferentes comunicações, divididas por vários painéis temáticos, pela mesma ordem do programa público deste alto evento. Assim, segundo a ordem do seu índice, reúnem-se os textos e as respectivas transcrições de tais comunicações, complementadas com as notas biográficas dos autores, aludindo às diversas categorias, postos e funções aquando a realização destas Conferências.

Read the article

Caderno Informativo: Liderança

Key Words Ciências policiais Centro de Documentação e Informação e Biblioteca da PSP Caderno Informativo Leadership Police Science Leadership

Os Cadernos Informativos têm como finalidade dar a conhecer, tematicamente, o património bibliográfico produzido desde os tempos da então Escola Superior de Polícia, até aos dias de hoje, e que se encontra cuidadosamente preservado, mas ao mesmo tempo acessível, no Centro de Documentação e Informação (ISCPSI/ICPOL), e Biblioteca da PSP.

Read the article